Sobre o OpenCDN

O OpenCDN é uma iniciativa de compartilhamento de infraestrutura, que cria condições para diminuir a distância entre o conteúdo e seus usuários. Com o OpenCDN, CDNs podem instalar seus servidores de cache em datacenters da iniciativa, em diferentes regiões do Brasil, sempre ligados aos Pontos de Troca de Tráfego Internet locais do IX.br. Provedores de Acesso à Internet (ISPs) nessas localidades podem estabeler um acordo de troca de tráfego bilateral com o OpenCDN, no PTT do IX.br presente na região, para ter acesso ao conteúdo fornecido pelas CDNs participantes. Com o OpenCDN, uma única infraestrutura de caches é utilizada pelos vários ISPs conectados ao Ponto de Troca de Tráfego Internet, ajudando a racionalizar e organizar a infraestrutura da Internet, colaborando para que seja mais rápida, resiliente e tenha menor custo.

O que é o OpenCDN?


O OpenCDN é uma iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) para promover a criação de células de distribuição de conteúdo ligadas aos Pontos de Troca de Tráfego Internet no IX.br nas diversas regiões do Brasil.

O CGI.br e o NIC.br são organizações sem fins lucrativos que trabalham para o desenvolvimento e o crescimento sustentável da Internet no Brasil. O OpenCDN é uma iniciativa para promover o desenvolvimento regional da Internet, promovendo a descentralização e consequentemente a distribuição de conteúdo por todo o país. O OpenCDN contribui para os principais conteúdos da Internet estejam presentes localmente nas diversas regiões do Brasil, por meio de uma iniciativa aberta e transparente.

O OpenCDN já está operando nas cidades de Salvador, Manaus e Brasília. Muito em breve estará também nas cidades de Recife, Caruaru, Belo Horizonte, Belém e Cuiabá. Se você é uma CDN e deseja participar, entre em contato conosco!

O OpenCDN poderá operar em todas as localidades onde existirem Pontos de Troca de Tráfego do IX.br. A implantação nas demais localidades será progressiva e dependerá do sucesso da iniciativa.


OpenCDN para os ISPs


O conteúdo disponibilizado pelas maiores CDNs é muito importante para os usuários da Internet. Estima-se que 70% do tráfego Internet de um ISP típico provenha destas CDNs. Ter acesso a esse conteúdo a partir de caches geograficamente próximos, com delay baixo, com a menor quantidade de intermediários possível, é importante para proporcionar velocidade e qualidade de acesso para os usuários finais. Além disso, é importante considerar que o tráfego dessas CDNs representa também uma parcela significativa dos custos com banda Internet contratada pelo provedor.

Muitos provedores dependem de seus provedores de trânsito para ter acesso aos conteúdos das CDNs. Nem sempre, nesses casos, os caches estão geograficamente próximos. Mesmo quando estão na rede do provedor de trânsito, podem estar instalados em um datacenter geograficamente distante, implicando em delays mais altos do que o ideal. Além disso, com o trânsito, boa parte do controle sobre a infraestrutura, boa parte da engenharia de tráfego, está nas mãos do provedor de trânsito contratado, com um grau menor de controle sobre a qualidade da rede por quem o contrata.

Em outro cenário comum, um provedor passa a ser participante remoto de um dos PTTs maiores, como o IX.br de São Paulo, do Rio de Janeiro, ou de Fortaleza, e obtém ali diretamente o conteúdo das CDNs. Essa pode ser uma solução com benefícios técnicos e financeiros, principalmente quando o custo do transporte é baixo o suficiente. Contudo, essa não é uma solução ideal, visto que a distância implica em delays altos para o acesso ao conteúdo.

As CDNs costumam estabelecer regras para o envio de caches diretamente aos provedores com base no tráfego. Isso é feito para garantir uma relação "ganha-ganha", pois tanto o provedor quanto a CDN farão investimentos em infraestrutura. Contudo, muitas vezes o custo com a infraestrutura para o provedor ainda é alto: espaço em rack, ar condicionado, energia elétrica, nobreak, gerador, etc.

Para todos esses casos a infraestrutura compartilhada da iniciativa OpenCDN pode trazer vantagens, complementando ou substituindo a solução adotada atualmente. O OpenCDN oferece aos ISPs a possibilidade de obter o conteúdo das maiores CDNs no Ponto de Troca de Tráfego Internet do IX.br da localidade, disponibilizando conectividade até as CDNs participantes, através do Sistema Autônomo do OpenCDN. O AS do OpenCDN é o único intermediário, com possibilidade de estabelecimento de políticas próprias de controle pelos participantes via communities BGP. Os caches estão instalados na localidade, o que garante um delay baixo. O NIC.br é uma entidade neutra, operando o OpenCDN sem finalidade de lucro e com a experiência de quem opera o IX.br, o que garante bons custos e qualidade.

O OpenCDN pode ajudar os ISPs a oferecer um serviço de melhor qualidade para seus clientes, com melhor percepção de qualidade, velocidade maior, mais resilência e menor custo.


OpenCDN para as CDNs


As CDNs já estão presentes nos maiores Pontos de Troca de Tráfego Internet, como o IX.br de São Paulo, e dentro das redes dos maiores provedores de acesso à Internet (ISPs). Elas proveem um bom serviço para um grande número de usuários da Internet, mas não para todos. Para as CDNs, a tarefa de alcançar de forma eficaz os milhares de provedores brasileiros, tendo em conta também a enorme extensão geográfica do país, construindo uma capilaridade adequada, pode ser um grande desafio. Muitas vezes não é viável, devido aos custos envolvidos. Dessa forma, muitos provedores têm acesso ao conteúdo das CDNs por meio dos seus provedores de trânsito IP, provenientes de caches instalados em localidades muitas vezes remotas, com delay alto, seja dentro ou fora da rede dos mesmos.

Temos cerca de 9.000 Sistemas Autônomos no Brasil, segundo dados de Registro.br. Dados da Anatel mostram aproximadamente 20.000 empresas aptas a operarem redes de telecomunicações normalmente utilizadas no provimento de acesso à Internet (licenciadas SCM e dispensadas do licenciamento). Há, então, vários milhares de provedores de acesso atendendo o mercado brasileiro.

Sobre o mercado de provimento de Internet no Brasil é importante entender também que há uma concentração nas empresas que costumavam ser concessionárias dos serviços de telefonia. Estima-se que mais de 40% do mercado de Internet seja de antigas concessionárias (incumbents) como Claro, Vivo e Tim. Milhares de outros provedores, contudo, de diversos tamanhos, são responsáveis por levar Internet fixa para possivelmente 60% dos usuários.

Os PTTs do IX.br estão presentes em 35 diferentes localidades, atualmente, distribuídas por todo o território brasileiro. Cerca de 30% dos Sistemas Autônomos brasileiros (alocados pelo Registro.br) que operam ativamente (presentes na tabela BGP global) são participantes diretos de pelo menos uma dessas localidades, tendo sessão ativa e anunciando prefixos em seus Route Servers . Mais de 98% dos Sistemas Autônomos brasileiros ativos têm os prefixos anunciados nas tabelas BGP dos Route Servers de um ou mais PTTs do IX.br.

Nesse contexto, distribuir os caches das CDNs nos diversos PTTs do IX.br, seja diretamente, ou seja por meio da iniciativa OpenCDN, pode ser uma excelente solução para as CDNs implantarem sua infraestrutura no Brasil, alcançando com delay baixo e com um mínimo de intermediários uma grande porcentagem dos AS brasileiros e, consequentemente, dos usuários de Internet.

Em cada localidade do OpenCDN, está disponível para as CDNs:

  • espaço em rack e demais recursos em data center adequados à hospedagem dos servidores;
  • trânsito Internet, através do AS do OpenCDN, para alimentar os caches;
    • dependendo da localidade geográfica, está disponível também uma ligação L2 ao IX.br de São Paulo, ou IX.br do Rio de Janeiro, ou IX.br de Fortaleza, onde muitas CDNs têm infraestruturas próprias, através do Sistema Autônomo (AS) do OpenCDN, para que seja possível alimentar os caches diretamente por meio dessas infraestruturas;
  • espaço de endereçamento IP suficiente, do Sistema Autônomo do OpenCDN, se necessário;
  • ligação ao Ponto de Troca de Tráfego Internet do IX.br da localidade, do qual participam ISPs e outros ASs locais, para que as CDNs possam distribuir seu conteúdo localmente.

O OpenCDN está aberto para todas as CDNs, tanto para as dos próprios provedores de conteúdo, como para as que prestam este tipo de serviço para outras organizações.


Custos compartilhados


O OpenCDN é uma iniciativa sem fins lucrativos. Os custos operacionais, como data center, transporte L2 e trânsito Internet, são compartilhados. CDNs e ISPs contribuem para tornar o OpenCDN uma solução viável e eficiente. E precisamente pelos custos serem compartilhados, eles são muito baixos.

O OpenCDN não é gratuito para os participantes, diferentemente do IX.br, que na maior parte das localidades não exige contribuição financeira dos participantes (com exceção das localidades com picos maiores que 1Tb/s, como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza). Embora o NIC.br contribua também com recursos para o OpenCDN, as principais despesas são divididas entre CDNs, ISP e demais Sistemas Autônomos participantes.

As CDNs contribuem com base nos recursos de data center utilizados (espaço em rack e energia elétrica).

Os ISPs e demais ASs participantes contribuem com base na banda solicitada. Quando maior a banda, maior sua participação financeira.